Ao iniciar o ano 2000, entramos também no ano 31º da publicação de VP - Voz Portucalense, projecto iniciado em 1970, por D. António Ferreira Gomes, como jornal da Igreja Portucalense, em tempos difíceis e de complexas transformações sociais e eclesiais.
O ideário inicial deste semanário tem-se mantido, firme e decidido, com as adaptações necessárias aos sinais dos tempos, e com a consciência da missão que deve desempenhar, na Igreja e na sociedade. Grandes e complexas foram as vicissitudes por que passou o jornal, mas sempre a fidelidade aos valores evangélicos e o espírito de serviço se arraigou fundamente no seu estilo e na sua prática.
Ao assumir, pro tempore, as funções de direcção determinadas pelo Bispo Diocesano, queremos reafirmar a continuidade dos princípios do seu ideário inicial: a fidelidade ao pensamento e à tradição da Igreja; a especificidade da nossa actividade no âmbito eclesial, para além de todas as temporalidades ideológicas e políticas, sem esquecer a presença na vida social, cultural e económica deste país e deste mundo globalizado. Não pomos de parte a intervenção política, quando ela for determinada pelas exigências da fé cristã. Nunca avançaremos, porém, pelo combate partidário, mantendo a equilibrada equidistância entre partidos, salvaguardado sempre o juízo crítico sobre o valor essencial das propostas de cada um.
A nossa inquietação continuará a ser, como sempre, a da leitura oportuna dos sinais dos tempos, segundo o apelo de Jesus Cristo: "Como não sabeis discernir os sinais dos tempos?"(Mat. 16, 4), ou "Porque também não julgais por vós mesmos o que é justo?" (Luc., 12, 57).
Mantemos a proposta de um semanário eclesial de informação e opinião, que continuamos a ostentar sem orgulho nem pretensão, mas com intencionalidade e determinação.
Numerosas vicissitudes e dificuldades têm vindo a determinar que o jornal seja publicado ora com 8, ora com 12 páginas. Queremos que, logo que possível, o jornal seja publicado sempre com12 páginas, sendo publicadas a cores as iniciais e as centrais. Isso implicará um esforço de trabalho e um esforço financeiro acrescido. Com a colaboração dos nossos colaboradores, leitores e assinantes, pensamos conseguir este desiderato.
É devida a expressão renovada de uma memória de gratidão a tantos que trabalharam generosamente pela causa do jornal diocesano. Em primeiro lugar, os seus directores e chefes de redacção, onde se contam nomes tão ilustres como Manuel Álvaro V. de Madureira, Rui Osório, José Soares Martins, Serafim Ferreira e Silva, Raimundo de Castro Meireles, Jorge Duarte, Eloy Pinho e Fernando Milheiro. Seja permitido salientar o trabalho desenvolvido pelo último director, cuja acção se traduziu num aumento da qualidade do jornal e da sua audiência.
É devido também um agradecimento a todos os leitores e assinantes, e sobretudo a todos os colaboradores, que têm vindo a garantir de forma gratuita e generosamente empenhada a qualidade do jornal, sobretudo no que se refere à produção de reflexões definidoras do sentido evangélico da leitura dos acontecimentos. Esperamos poder continuar a contar com tão prestimosa colaboração de todos.
Dirigimos também um apelo aos assinantes e leitores para que mantenham a indesmentida confiança no jornal, o divulguem e tornem conhecido na Diocese, no País e no Estrangeiro, onde chega aos cinco continentes.
Feliz ano jubilar! Feliz novo milénio, seja quando for que ele se inicie ou tenha iniciado! Graça e paz nos sejam dadas da parte do Senhor de todas as coisas.
M. Correia Fernandes